Me converti na época da escola. Um lugar que era tão normal antes,
passou a ser um lugar bem desconfortável e bem solitário para mim. Eu
estava rodeada de pessoas e até tentava falar com as meninas da minha
classe, mas não sei como nem porquê as conversas começavam normais, sem
nada de errado, mas acabavam por sempre mudar de rumo e levavam a
assuntos que eu não estava afim de ouvir: rapazes, sexo, a roupa
ridícula da professora ou o ódio das meninas da outra classe…
Incomodada com esses assuntos, eu preferia me afastar e ficar sozinha…
Eu contava os segundos, para que a noite viesse e eu pudesse ir pra
igreja conversar com pessoas que entendiam a minha fé, e principalmente
estar num ambiente onde Deus fosse o assunto!! Ahhh que gostoso!
Até que um belo dia a minha solidão na escola chegou ao fim.
Um colaborador de uma IURD veio estudar na minha escola. E adivinha
em qual classe? Na minha classe! Ele parecia ser de Deus. Não me lembro
como nós descobrimos que pertencíamos a IURD… provavelmente foi pelos
meninos da minha classe que ficavam sempre me zoando a respeito dos
dízimos e das ofertas. Com isso acabamos nos tornando amigos, pois
falávamos das mesmas coisas, dividíamos a mesma fé, e éramos os únicos
“estranhos” da classe.
Eu me lembro que um dia meu professor de História nos mostrou um
filme brasileiro durante a classe em que contava um pouco da história
do Brasil, mas no meio do filme aparecia um monte de gente nua – não
sei nem como permitem passar esse filme na escola! – então toda vez que
alguma cena indecente aparecia, nós, eu e o colaborador, virávamos o
rosto e o pessoal da nossa classe ficava rindo e zoando com a gente…
Todas essas situações, nos aproximaram ainda mais. No intervalo,
comíamos juntos, falávamos sobre as coisas do Grupo Jovem, propósitos
de fé, e etc… Qualquer intervalo que tínhamos entre uma aula e outra
ficávamos conversando…
Finalmente, eu tinha alguém que entendia a minha fé e que não me
daria dor de cabeça na escola… Assim eu pensei… Que ingênua que eu era!
Eu já era obreira essa época, e um belo dia, estava eu na igreja
pronta pra trabalhar na reunião e quem me aparece lá todo arrumadinho,
como eu nunca tinha visto antes? Aquele colaborador! Ele veio até mim e
disse que queria falar comigo… Oh não… naquele instante eu percebi o
que estava acontecendo… Ele disse que começou a gostar de mim e que
queria orar comigo… Coitado, eu dei um não bem grande pra ele! Eu disse
que ele estava confundindo as coisas, que não era a minha intenção… Mas
já era tarde demais… Ele ficou muito chateado, porque achou que eu
também gostava dele, por conta das conversas que tínhamos na escola… Ai
ai ai… Sim, eu tive culpa nisso tudo…
Mas eu aprendi minha lição. Amizade com o sexo oposto? Não dá certo não!
Você pode achar que estou sendo radical ou que estou exagerando, mas
não estou não. É realmente raro que uma amizade entre um rapaz e uma
moça não se torne em uma amizade colorida, ou que uma das partes não
acabe mal interpretando a relação… Se você reparar bem, esses rapazes e
moças que começaram com esse tipo de amizade, ou estão casados hoje – o
que é menos mal, pois os dois estavam com o mesmo sentimento – ou
extremamente decepcionados um com o outro por conta da confusão de
sentimentos que surgiu dessa amizade.
Então se você não pretende namorar aquele garoto que é muito seu
amigo, tenha cuidado para que você não esteja dando um sinal errado pra
ele… Ou tome cuidado pra você não ser a vítima dessa história toda, e
acabar por se decepcionar… No meu caso, o rapaz ficou tão, mas tão
chateado que não conseguia olhar na minha cara depois disso… Clima
muito, muito chato!
Saiba que quando a pessoa certa para você aparecer em seu caminho é
natural que haverá uma amizade de início, mas isso não lhe dá o direito
de ir quebrando corações, até que você encontre a pessoa certa, não é
mesmo?
Cuidado com as suas atitudes.
Por: Dª Aline Munhoz
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